sábado, 19 de março de 2011

Adeus Pai de Luís Filipe Rocha

Este filme constitui parte das lembranças verdes que tenho dos anos 90. Hoje, dia em que homenageamos os nossos pais, pareceu-me bem falar um pouco dele. Isto porque se existem motivos devido aos quais nunca me hei-de esquecer daquelas férias nos Açores, um deles é concerteza a música dos Delfins, que tantas vezes transportei no discman. O outro é, claro, a natureza da relação retratada de forma tão natural por Luís Filipe Rocha.
Para os mais esquecidos, Adeus Pai (1996) é a história de um pai que, não estando muito presente na vida do filho, decide passar umas férias de Verão nos Açores, levando-o com ele. A novidade anima o rapaz, na altura com 13 anos, que depois percebe que toda aquela aventura tem um senão: uma despedida.

"Era uma vez a história de um filho que gostava de ter um pai que gostasse de ter um filho". São estas as palavras que resumem, de forma crua mas verdadeira, toda a acção do filme. Um filme que é sempre contado da perspectiva de uma criança que tenta captar a atenção do pai, até ao dia em que tal esforço deixa de ser preciso. E cresce uma relação estranha, mas bonita. 
Ainda que hoje seja difícil considerar Adeus Pai da mesma maneira com que o fazia há uns anos atrás, é esta característica simplista (aliada a um excelente trabalho de câmara), que se traduz também na banda sonora do filme, composta por melodias pop minimalistas, que faz dele uma boa referência no cinema português agora e sempre.

Não Vou Ficar de Delfins


PUBLICADO POR JOÃO BARROSO

1 comentário:

Regina disse...

este filme é mesmo um marco para qualquer gaiato da nossa idade que o tenha visto nos anos noventa. : ) mesmo q agora olhemos para ele e não nos pareça nada de especial. era mesmo esquisito o sentimento q tinhamos quando viamos um garoto da nossa idade numa situação tão delicada como essa. lembro-me perfeitamente de, depois de o ver, passar cerca de uma semana sempre a dormir com o meu pai. eramos mais ou menos invadidos por um medo de que ele se fosse embora, não era? bons tempos, mesmo. : )